PAUTAS:
Organização, articulação e panorama no Ato 29M
Debate: homens dentro do feminismo.
INFORMES
Lale: O coplad dia 25/05 que foi na última semana, teve a pauta de homologar os novos pró-reitores de administração e planejamento. Antes era formada pelo Tânia e outra pessoa, agora passa a ser formada pela Georgia Mansour e Prof. Dr. Daniel Campos de Carvalho.
Chau: Hoje tivemos o CAE, a reunião do mês passado foi cancelada. A gestão não foi trocada, só mudou a pró-reitora entrou a Luciana Alves (diretora da Paulistinha). Aprovação da lei orçamentária anual, a articulação falhou e não conseguimos fazer a articulação com os deputados. Tivemos mais um corte em relação ao orçamento. O valor que tem hoje não tem como pagar tudo, RU, bolsas PAPE. O orçamento contingenciado foi liberado, por uma portaria, só temos 1 milhão bloqueado dos 4 milhões que estavam contingenciados.
Anderson tinha falado em outras reuniões da parceria público privada. Remanejar a verba de custeio para permanência estudantil. Precisamos ocupar o espaço para debater sobre esta questão.
Chau: Faz parte do MUP, estão com uma brigada sanitária em comunidades vulneráveis presentes no bairro Vila Mariana. Está sendo realizado um levantamento sobre a situação dessas famílias, para promover ações futuras que promovam equidade. Convida todos presentes para se inscrever na ação de brigadista.
1. Organização, articulação e panorama no Ato 29M
Chau: Tiveram vários atos no último sábado e a ideia é fazer um balanço de tudo isso, como foi a nossa organização como movimento estudantil. O ato não é um fim em si mesmo e que o Bolsonaro vai ser derrubado com um ato. Foi um ato puxado pela UNE, em diversas frentes. No nosso caso, a atual gestão do DCE se recusa a participar do conselho representativo, não quiseram articular, formamos comissões de agitação, faixa. O CAPB participou da mobilização online e elaboração das faixas que aconteceu no DCE. A Nath, o Rodrigo, Andressa estiveram presentes no ato. O CAPB atuou no ato, foi feita uma doação de 100 máscaras. O ato foi muito bom, relativamente seguro, embora em SP o ato em si não foi tão organizado, o bloco da Unifesp foi bem organizado, a maioria estava em PFF2, a ideia é ir construindo estes atos, greve geral, grandes mobilizações nacionais para levar a derrubada do governo Bolsonaro. Postou esse link : https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSevIApZatmuGRIUpa4eg3-1q1m01Km-X-cZG98dqHMNrMObCg/viewform
Larissa: Precisamos pensar muito bem sobre nossa articulação, pois é um assunto que será levado no CR DCE, por isso é importante que nós pensemos juntos em relação a isso. O DCE se articulou com outras federais e nós não sabíamos de nada do que estava acontecendo.
Mariana: pergunta se só a medicina ficou de fora
Chau: Responde que eles não articularam com ninguém da Unifesp, nosso bloco foi realmente legítimo e foi com outros Cas de outros cursos.
Mariana: foi no ato em Campinas, não consigo opinar sobre a participação do CAPB, mas só elogios em relação a organização do CAPB, doação de máscaras. O DCE está desconectado de tudo, o único ponto que fico em duvidas é em relação sobre a futura gestão que substituiria a atual gestão do DCE.
Andressa: Em SJC, mesmo a região sendo muito bolsonarista, foram um número relativo de pessoas. Encontrou com pessoas do Caac, que é o CA de todos estudantes do Campus de SJC, mas desse bloco específico foram poucos alunos da unifesp. Encontrou pessoas da efelesth. Gostaria que a pauta das universidades públicas aparecesse mais nas manifestações.
Chau: CAAC é de todos os cursos no SJC, todo mundo ingressa no mesmo curso e depois vai para um curso específico. Em relação a desmobilização, os cursos de exatas já tem uma base despolitizada, reprovação em massa, movimentos políticos que existem em relação a estes cursos, quando pensamos em projeto de nação, universidade. A iniciativa privada investe muito nesses cursos, são bastante visados. Então é interessante que os alunos de cursos de exatas sejam despolitizados. Em relação ao DCE, a gestão dura 1 hora e é feita, em geral, em julho, no ano passado foi aprovada a extensão desta gestão, pois seria problemático fazer uma eleição online. Precisamos avaliar muito bem o momento que estamos vivendo e não tomar uma ação precipitada que seja simplesmente reativa. Em relação ao que a Mari falou, não conheço nenhuma gestão que esta se articulando para formar uma nova gestão do DCE.
Lale: Em Osasco também há um CA em conjunto pro campus. Toda vez que é formado um campus novo, é inicialmente formado um CA em conjunto e posteriormente vai se capilarizando. É preciso tomar cuidado para não só cancelar o DCE e não ter chapa para dar continuidade, isso também seria complicado. O fato de ser vários campus, dificulta pois aumenta as chances de ter fraudes.
Chau: Antes era feito por meio de urna física que ficava em vários pontos, cada campi tinha uma urna. A comissão eleitoral regulava o processo de eleição. De fato realizamos eleições online, mas no caso do CAPB não era a ideia principal, consideramos que não tinha como ficar sem eleições, pois já tinham estendido a gestão. A questão é que neste momento online, as ferramentas online estão sujeitas a diferentes modos de fraude, mídias sociais, precisamos fazer uma análise melhor para saber quais forças estão lá, avaliar tudo isso de forma ampla.
Dani: Considerando o tempo que já estamos e que não vamos sair da situação crítica que estamos. Digitalmente existem formas excelentes de realizar a eleição, que vale a pena tentar. Pelo menos no segundo semestre, ficar com essa gestão por tanto tempo é muito problemático. Caso as coisas piorem, não teremos a quem recorrer e faltaria meios para se articular.
Lale: Eu concordo com a Dani, pois para eleição presencial só daqui um ano. Talvez nós como medicina estejamos já na faculdade presencial, mais um ano com a gestão atual do DCE não dá, precisamos de uma articulação com a base do DCE. Acho que isso é muito prejudicial. Pode ser que tenha uma chapa de direita, não podemos barrar uma chapa de direita, é um processo democratico. Estamos sendo antidemocráticos quando falamos que esta é a nossa justificativa para não ter uma eleição. É muito danoso a gestão do DCE continuar a mesma.
Rafa: Não tem tanto contato com DCE, nos poucos que teve, foi péssimo. Eles não obedecem as regras do uso do prédio. Se articulam entre si, fizeram um outro ponto de encontro diferente do tirado do CR DCE. Eles claramente estão prejudicando o movimento estudantil, concorda que essa gestão não pode ficar tanto tempo no poder. Esse cenário pandemico está sendo benéfico para eles e danoso para todo o resto.
Chau: Eu acho que em relação a outras chapas, eu não acho que é antidemocrático pensar isso, a questão é fazer eleições despolitizadas. O formato online favorece eleições despolitizadas, a direita costuma ser assim. O processo seria menor de intervenção política e politização do espaço, precisamos avaliar de forma mais extensas, as forças não estão se organizando para ocupar o DCE devido a pandemia. No próximo CR isso será palpado. Não podemos trocar a gestão atual do DCE somente de forma reativa e como CAPB necessitamos pensar em tudo isso.
Dani: Estamos vivendo mudanças, e intensa inserção tecnológica, questiona se não é possível trazer à demanda frente ao cenário que estamos, talvez mecanismos para trabalhar política online, pois é uma demanda de muito tempo. Questiona como funciona o chamamento de nova eleição. Questiona também se há o mínimo de votos para decidir se ocorre a eleição ou não.
Chau: não sei como está no estatuto, seria convocado no CR DCE, viria uma proposta de uma entidade, precisa ter um quorum mínimo. Precisa ter pelo menos 6 entidades para ele ser deliberativo e para o CR ser válido e ter a votação pelas entidades.
Nath: concordo com a Dani, mas a nossa eleição da gestão do CAPB foi de forma online, a da reitoria foi de forma online. Não sei como foi organizada nossa eleição, mas a própria plataforma poderia ser usada para eleger a gestão do DCE.
Rodrigo: Pensando no que foi trazido até então, acredita que existe sim a possibilidade de realizar com número de matrícula. E da mesma forma que a nossa eleição foi bem organizada a eleição do DCE pode ser organizada de forma segura.
Dani: Só queria pontuar a eleição em si dá para achar alguns meios, o que o Chau está colocando aqui é em relação a como fazer algo mais político em relação ao processo eleitoral, já que é fácil achar uma forma para fazer o processo eleitoral, transparência, criptografia. O ponto é como fazer o processo eleitoral político, ser obrigatório ser feito um debate entre as chapas, ser obrigatória esta participação, limitar as divulgações.
Chau: O consenso é que o DCE é danoso atualmente para o movimento estudantil. Acredita que agora não é o momento para eleição, pois não há uma leitura política profunda o suficiente para pensar numa ‘’solução’’, ou se esse encaminhamento de fazer novas eleições é realmente efetivo do ponto de vista prática. É preciso analisar a situação, construir um programa político concreto se tudo que precisa ser abordado e questionado. As últimas eleições foram complicadas, pois não houve debate político, nem debate entre chapas. As eleições do CAPB foram um sucesso do ponto de visto funcional, mas politicamente, não houve discussão, conscientização de todas as classes estudantis.
Rafa: quando a gente fala sobre eleições não estamos reduzindo a simplesmente a ter eleições, nós sabemos que online não é o ideal, mas eu não acredito que estamos um passo atrás. Sim, não é só tirar a chapa que vai resolver o problema, precisa ter um debate político, é um processo complexo e que não vai ser resolvido em uma semana. A realidade vai ficar assim por um longo período, acredito que possamos nos adaptar a este cenário atual. Mesmo que consigamos politizar o processo não vai ser o ideal, precisamos ver o que podemos fazer, levar ao CR DCE, levar para o CA de outros campi. Eles vão ficar 3 anos na gestão. Eu entendo o que você quer dizer, mas precisamos sair deste buraco, pois só vejo problema nesta gestão do DCE.
Dani: O primeiro ponto é pensar em mudanças políticas, que não é algo que será feito e 2 meses, por exemplo, podemos observar isso nas eleições do CAPB. Não houve debate, e não teve nem quando era presencial. Para esse processo político ser realmente eficiente, é um processo longo, que não acontece de forma ágil, é um processo demorado, não conseguimos nem presencialmente. Teve mais gente votando online do que presencialmente. Enfatiza que voto e conscientização são coisas diferentes. Levanta o ponto abordado pelo Rafa, sobre os cursos com menos tempo, essa gestão não dá oportunidade para que os alunos se envolvam e participem e entendam sobre ME. Não quer que seja precipitado as ações, mas concorda sobre tomar decisões relevantes pensando em todos envolvidos.
Chau: Eu acho que de fato, isso tudo tem que vir de uma avaliação mais profunda. A solução que a gente tem é realizar eleições? Precisa passar por uma análise completa, avaliação das formas políticas. Precisamos fazer uma avaliação densa, eu acho que precisa ter uma dedicação boa do nosso tempo e decidir se a solução do problema é só trocar a gestão, para decidir isto precisamos fazer uma avaliação mais densa e complexa, além disso é importante trazer avaliações de outros campis. Em relação a questão de eleição presencial ou online, as eleições da reitoria o grande peso foi a divulgação nas redes sociais e algumas tinham os posts patrocinados, precisamos pensar nisso, quais as regras do jogo quando a eleição é online.
Dani: Quando se coloca a eleição da reitoria, o intuito é colocar que não foi uma eleição limpa. Se vamos pensar nisso, é bom pensar em formas de manter a justiça nos debates. Que todos tenham o mesmo tempo de debater e de publicizar, analisar e inibir as fake news para enviesar o menos possível a eleição. Questiona se vai ter essa pauta de eleição no próximo CR DCE.
Chau: confirma que que provavelmente vão tirar a reeleição como encaminhamento.
Rafa: Não sei exatamente a data do CR DCE, eu entendo que a discussão deveria começar pelos CAs de SP e aí parte para os outros campis, deveria ocorrer antes do CR DCE para chegar no dia com um posicionamento. Esta gestão atual já esta a mais tempo do que deveria, caso ocorra eleições presenciais, esta gestão é tão ruim, o que garante que os alunos votem de uma chapa de direita que ocorra a algum tempo, ainda que haja uma massificação do debate, nós sabemos o contexto do nosso pais. A gente começa começando a discutir no grupo dos CAs e depois com um consenso leva ao CR DCE, não tenho esperanças de que vá ocorrer eleições.
2. Debate: homens dentro do feminismo.
Dani: tem uma discussão sobre isso no feminismo. Dependendo da vertente que a pessoa siga, o homem pode sim ser colocado como oprimido também. Não há como pensar em feminismo prático, sem questionar a opressão que homens sentem, de não demonstrar fragilidade, isso constrói um futuro opressor. A gente pode pensar também que transexuais podem ser orpimidos no passado e agora passa a ser oprimido, é erroneo achar que só porque mudou de sexo, para de sofrer com a misoginia. Por isso, homens precisam ser inseridos nesse contexto, assim como brancos precisam ser inseridos em causas negras. Atitudes e crenças opressoras afetam toda sociedade.
Andressa: concordo com tudo que a Dani falou, cada pessoa dependendo da sua condição de minoria ou não, se você for um homem hétero, branco, também tem certas opressões que são difíceis de se viver, como a Dani disse. Reconhecer que cada um tem suas particularidades de opressão, o grande problema das feministas radicais é elas não aceitarem a pauta de mulheres trans. Eu acho muito ridículo. A polêmica é que a JK Rowling é muito transfóbica, ela fala que as mulheres trans não podem estar no movimento feministas, pois não são mulheres de verdade, é muito pesado.
Chau: Eu entendo que precisamos de organização de classe, vem muito a questão da subjetividade, vivências pautando o debate, neste caso também precisamos questionar. É como se a pessoa negra não pudesse usar os lugares de falas para disseminar o racismo. Como o feminismo enxerga os homens, eu entendo que o papel dos homens é o papel dentro da superação do capitalismo. No primeiro EREM que eu fui, o racismo é um problema do branco já que foi ele que criou isto. O fardo não deveria ficar somente sobre as pessoas oprimidas. Podemos participar de uma formação, embora o protagonismo não seja dos homens precisamos participar do movimento.
Nath: concordo muito com os pontos que todos trouxeram, sobre o feminismo radical, na época trouxe pontos muito interessantes. A tendência é que a pessoa seja mais grosseira, série que mostra tudo o que os homens passam por conta do machismo. Eu particularmente não acho que esta seja a forma correta de inserir os homens no meio do feminismo, se vocês olharem hoje os melhores salários, melhores cargos são ocupados por homens. É lógico que uma pessoa que está lá em cima não vai querer dissolver o capitalismo.
Dani: Comentando a fala do Chau, entende que o capitalismo determina muitas outras opressões que sofremos, é preciso que o feminismo quebre com isso. Todas lutas envolvidas com movimentos sociais precisam questionar e romper com o capital, obviamente não acontece de forma abrupta, envolve peculiaridades que precisam ser abordadas em todos vieses. Há muitas vertentes nesta pauta, esse debate poderia ser orientado sob diversos aspectos. Lembra que cada indivíduo sofre opressão de forma diferente. É preciso tomar cuidado para invalidar o sofrimento do outro ou comparar sofrimentos, é algo irracional.
Andressa: Se sente contemplada pela fala da Dani. Concorda com o Chau, acredita que esses movimentos precisam estar todos juntos. Quando não há comunicação entre os movimentos, pode desencadear decisões muito ruins. Menciona fatos sobre o livro da Angela Davis, lutaram a favor do sulfragil universal mas quando negros foram atras, muitas delas se posicionaram contra os negros. Foi um feminismo muito contraditório.
Chau: Eu acho que é isso, pensando no que a Dani falou com a superação do capitalismo, não é do dia para noite que as coisas vão deixar de existir, é um processo. Para pensar em superação, no meio do caminho precisa ter a superação do capital, é uma etapa determinante, com isso a partir da construção da sociedade é possível que as mulheres sejam emancipadas enquanto mulheres. Nós existimos enquanto classes, o capitalismo precisa de todas as opressões que existem para extrair cada vez mais lucro, a luta é conjunta enquanto classe para superação deste sistema, gerando emancipação coletiva.
Nath: na Unifesp já teve em algum momento um movimento feminista forte e articulado?
Dani: teve um movimento no passado no campus São Paulo mas meio que desandou por conta da pandemia, foi difícil de organizar. Em outros campus ainda existe sim. Respondendo o Chau, é preciso juntar todas as lutas. Da mesma forma que defendemos o feminismo, defende a luta contra o racismo. Problematiza sobre colocar um movimento como primordial, ela meio que prioriza em detrimento de outras causas, quando na realidade deveria ser posicionadas como horizontal sem prioridades.
Andressa: posso participar da produção textual, mas não sei sobre todos os grupos feministas.
ENCAMINHAMENTO:
Realizar uma produção textual sobre “O homem no feminismo”. A Andressa e Dani participarão da escrita.
ESTIVERAM PRESENTES: Andressa Vivas, Camila Santos, Daniele Vieira, Laura Jantsch, Larissa Ribino, João Chau Bernadino, João Bani, Nathália Alves, Gustavo Rodrigues, Palloma Souza, Rafael Silva, Mariana Prete, Rodrigo Pereira
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